quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A REALIDADE QUE OS IMBECIS NÃO VÊEM

Você é um homem velho, que pensa em termos de nações e pessoas. Não existem nações. Não existem pessoas. Não existem russos. Não existem árabes. Não existe terceiro mundo. Não existe oeste. Só há um sistema holístico de sistemas! Um vasto e imanente, interligado, interagente, multi-variante, multinacional, domínio de dólares! Dólares petrolíferos, eletro-dólares, multi-dólares. Moeda alemã, moeda japonesa, moeda russa, moeda britânica e moeda dos judeus! É o sistema internacional da moeda corrente que determina a totalidade da vida neste planeta. Esta é a ordem natural das coisas hoje em dia. Esta é a estrutura atômica, sub-atômica e galáctica das coisas hoje em dia.

E você mexeu com as forças primitivas da natureza! E você vai se retratar! Estou me fazendo compreender?
Você se levantou em sua televisãozinha de 21 polegadas e praguejou sobre a América e sobre a democracia.
Mas não há América.
Não há democracia.
Só há IBM e ITT, e AT&T e Du Pont, Dow, Union Carbide e Exxon.
Essas são as nações do mundo de hoje.

Sobre o que você acha que os russos falam em seus conselhos de estado? Karl Marx?
Eles saem de suas programações lineares, decisões em cima de teorias estáticas, soluções minimalistas e computam as probabilidades do custo-benefício de suas transações e investimentos, assim como nós. Nós não estamos mais vivendo num mundo de nações e ideologias, Sr. Beale.
O mundo é um colegiado de corporações inexoravelmente determinado pelas leis imutáveis dos negócios.

O mundo é um negócio.
Tem sido desde que o homem saiu da caverna.


Mais um trecho do filme Network, de Sidney Lumet (1976).

Vocês notam como as grandes empresas (leia-se grandes interesses) tentam botar a mão em todas as formas de mídia? Jornais são controlados por um grupo pequeno, que também estão por trás das televisões e das rádios. Sempre combatem formas alternativas de distribuição de informação, e a melhor forma de combate (como bem sabem os Borgs) é a assimilação. A TV digital sofreu pressão pra que adotasse o formato japonês, pra que a concessão de canais continuassem os mesmos (o padrão europeu dobraria o numero de canais disponíveis). Eu nem torci pelo europeu, pois sabia que, mesmo dobrando as "opções" de canais, eles seriam comprados por Igrejas, políticos e por parceiros de outros canais. Vejamos a TV a cabo. No começo passavam boas coisas, filmes novo SEM PROPAGANDAS (acho que toda a grade era sem propaganda) e havia um respeito com o consumidor, com temas diversificados. Aos poucos foram enchendo de propaganda, com filmes que você tem de pagar (AINDA MAIS) pra ver,e ainda ter que aguentar Redeshop ocupando metade da grade de um canal que deveria ser dedicado a HISTóRIA!! E a quem pertence a fusão monopolista Direct TV+Sky? A Globo, claro, que também já controlava a NET.

E agora vemos a internet, que tem o "portal" Globo, o portal UOL (dirigido até 2002 por Caio Túlio Costa, que hoje dirige a "Brasil Telecom Internet", aglomerado que abrange o provedor iG, o BrTurbo e o iBest) e o Terra (do grupo Telefonica, companhia que é parte do monopólio dos telefones públicos na Espanha e uma das empresas de telecomunicações mais importantes do mundo). E cada portal que corra pra agregar (assimilar) mais a mais blogs e veículos de notícia. "Eles" ainda não conseguiram (e talvez nunca conseguirão) um meio de impedir que a informação que eles não querem ver divulgada chegue ao usuário da internet, mas controlam todos os canais por onde a MAIORIA das pessoas obtém informação. Então a massa, o gado, continua sob controle, mesmo que as pessoas parem de ver TV e migrem pra internet. A net tem sido cada vez mais entretenimento vazio, cada vez mais com cara de TV, onde a comunicação é de uma via só, e a propagação de banda larga só veio a sedimentar os monopólios, pois o povo, que já não escreve direito, tem preguiça de ler. Até o Youtube, que era uma terra de ninguem em termos de vídeo, está "loteando suas terras", com canais "oficiais" de informação, que irão conquistar seu espaço pela força da persuação e facilidades, como as assinaturas, os feeds, etc, onde você é, novamente, passivo. Crie um brete com comida no final e os bois se acostumarão a passar por ele mesmo que tenham outras opções.

Se antes o paradigma da internet era abrir o navegador com um buscador na frente (seja ele o Google, ou Altavista, ou Yahoo), convidando-o à exploração (e aguardando uma AÇÃO sua), hoje as páginas iniciais são dominadas pelos portais, com trocentas notícias e "atrações" pra desviar sua atenção mesmo que você tenha aberto o navegador pra fazer alguma coisa específica. Até mesmo o Google, primoroso pela sua página limpa, sem distrações, resolveu investir na tendência, com seu navegador Chrome, que abre a página principal com 9 dos seus sites mais visitados (não estamos longe da cena de De Volta para o futuro 2, onde o filho de Marty McFly assiste a um "muro de TV" ligado em vários canais ao mesmo tempo).

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