segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

ENSAIOS SOBRE O LABIRINTO

Triste a falsa alegria, o falso sorriso, a falsa generosidade, a falsa verdade ... tudo ocultado pelo capricho da vergonha. E assim, vem à tona a Alice, que vivia no país das maravilhas.

Triste a manipulação, o ardil, o jeitinho. E assim, o falso cliente se passa por investidor milionário, faz pirraça com seu tempo, te faz de idiota, transforma teu trabalho em circo e no centro do picadeiro, o palhaço : você.

Triste a roupinha pra dentro da calça do Faustão, quem nunca ouviu Velvet Underground ou não comeu o cachorro quente do Oliveira. Triste o gingado bizarro da melancia, quem não conhece a gruta do Parque Lage ou nunca foi à Pedra Bonita. Tristes as sentenças não educativas dos juizados, os depósitos de cheques no envelope, a unha do pé pintada de vermelho e a dieta da anorexia. Triste quem nunca jogou uma bola pra fora de uma mesa de sinuca, não guardou seus botões (opa), nunca foi a feira de São Cristóvão ou não cantou num karaokê. Triste aquele que precisa ler um livrinho pra descobrir qual o segredo.

Triste aquele que não ouve, não lê, não enxerga o que os olhos têm a dizer. E Assim, deturpa tudo e acaba por perder as grandes oportunidades. Com o marca texto na mão grifa as partes erradas e as repete como um mantra da teimosia esdrúxula. E não adianta mostrar os caminhos, a verdade está estabelecida. O murro em ponta de faca causa o vômito do imponderável. Transforma num piscar de olhos seres humanos em semoventes de baixo calão.


Triste a humanidade que caminha tropeçando. Há muito, a cegueira jogou na penumbra os valores mais essenciais. Há pouco, a surrealista bolsa trouxe uma lupa pra nossa formiguice ... e aí o dólar subiu e com isso fudeu um outro mercado. Não quer mais vender ? Daqui a pouco tudo volta ao normal , o otimista-realista pondera enquanto o impaciente paranóico acende mais um cigarro. E depois da baforada, vem a halls preta ... e assim, a sujeira sempre fica embaixo do tapete, nessa nonsense aparência de normalidade.


PS : O labirinto fica dentro do ouvido. E é responsável direto pelo equilíbrio ... O lado negro da força, sem racismo, anda em alta.

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