domingo, 30 de novembro de 2008

Poema do .....do CARA DE MILHO...Kkkkkkk

Sobre Tim Maia e uma tarde

Entramos no apartamento
Que era dela e o marinheiro
- Ele agora está embarcado
Fica fora o mês inteiro
Quando vem, fica dois dias
Logo volta pro pesqueiro
E me deixa aqui aflita
Feito padre num puteiro

Deixamos a Tv sem som
Mostrando o noticiário
E as imagens de uma tragédia
Pra fazermos comentários
Bendizendo nossa sorte
De não estarmos no cenário
E sim, deitados no sofá
entre carinhos ordinários

Ligamos depois o rádio
Pra entrar melhor no clima
Eu queria ouvir Tim Maia
Ela, Ana Carolina
- Nem pensar, já tem dona
Faz lembrar outra menina
Lá de Feira de Santana
Uma paquera nordestina

Pra sair já dessa esquina
Escutamos Joaquim Sabina
Que não é nenhum Tom Waits
Mas, também não desafina

E foi caindo a tarde
Entre orgasmos e gemidos
Um sofá ficou manchado
O lençol meio encardido
E Sabina ainda cantava
Sujos versos no meu ouvido
Enquanto ela comparava
O meu pau com o do marido

À noite, pizza e coca-cola
e um som chill out meio paia
E eu refletindo um tabu
Que eu espero que ainda caia:
Não tenho a quem dedicar
As canções do Tim Maia.

HILÁRIO.. SEMPRE..BLOG CARA DE MILHO

To com saudade de você debaixo do meu cobertooo uô ..."







Essas coisas são engraçadas, estava eu aqui respondendo os comentários quando surgiu uma brecha para uma piadinha sobre as mulheres. Eu dizia que era difícil dedicar trilhas sonoras às garotas, quando a maioria delas não valia um single da Vanessa Rangel.

Mas, caramba, de onde eu ressuscitei a Vanessa Rangel, cantora desaparecida (graças a Deus, que é pai, não é padrasto) desde o ano 2000? Juro que na hora que eu escrevi o comentário eu ia colocar "não valem um single do Tiririca", mas achei meio óbvio. Pensei depois na Patricia Marx (comunista?), Sampa Crew, Miami Beach, pensei em alguns trashs dos anos 80 também, mas quando lembrei da Vanessa Rangel não tive mais dúvidas: Ela é o exemplo perfeito!

Aliás, depois me coloquei a pensar por que eu nunca tinha escrito um texto sobre ela. A moça é a cara desse blog: insignificância em estado pleno. De fato até pensei em adotá-la como mascote do blog (quando eu implico com alguém é foda), mas esse papel já é muito bem representado pelo mítico Carlinhos Itaberá.

Quem lê o Cara de Milho há bastante tempo sabe que se tem uma constante nessa bagaça é que eu evito falar de temas atuais, gosto de rebuscar no passado, aliás, eu não vejo a hora da briga do João Gordo com o Dado Dolabella completar dez anos de existência pra eu finalmente dar meu parecer. O mesmo pro vídeo da Cicarelli na praia.

Por isso achei que cabia perfeitamente uma dedicatória à insuportável da Vanessa Rangel na seção das Biografias pouco interessantes, que está parada faz tempo. O problema foi descobrir informações sobre a moça pra elaborar uma biografia, já que a rapariga é tão trash que nem no Google encontrei notícias dela.

Tentei então através do orkut e senti escalafrios. Descobri algo importantíssimo que tenho que compartilhar com vocês. É questão de segurança pública: Ela tem uma comunidade com mais de 400 membros! Talvez vocês não tenham notado a gravidade da situação, então vamos colocar assim: Aí fora, andando pela mesma rua que vocês, há pelo menos 400 pessoas que escutam Vanessa Rangel! Veja bem: Pelo menos 400! O número pode ser infinitamente maior! O que isso quer dizer? Por que vocês devem temer esse dado? Explico:

Uma pessoa que escuta Vanessa Rangel já abdicou de tudo que a mantém participativa no pacto social. Já mandou pelo ralo a auto-crítica, o sentido do ridículo, o bom-senso e tudo mais que poderia fazer dela alguém não nocivo. Essas pessoas já não têm mais nada a perder, logo são perigosas, perigosíssimas. Há pelo menos 400 pessoas perigosíssimas caminhando livremente no mesmo país que vocês. Uma pessoa que escuta Vanessa Rangel pode muito bem, por exemplo assar um bebê num microondas. Isso pra ela não é nada, ela escuta Vanessa Rangel. Pode arrancar o fígado de uma velha com um canivete suíço? Claro que pode! É Vanessa Rangel, amigo! Se liga! Pode soltar um tigre esfomeado dentro de uma escola primária e trancar os portões? Amigo, se ela pode até escutar Vanessa Rangel, porque não poderia fazer isso!?

Então fica o aviso dado. Entrem em contato com as autoridades competentes pra evitar uma tragédia. É por essas e outras que a seção das biografias pouco interessantes nunca foi pra frente, mexer no passado pode ser inquietante. Eu, por morar fora estou a salvo, mas como dormir tranquilo sabendo que meus familiares no Brasil podem topar a qualquer momento com um fã da Vanessa Rangel?

INTERNET...

"Partido da Internet" no poder?



Na Espanha, articula-se para 2012, quando haverá eleições gerais, o lançamento do Partido da Internet. Trata-se disso mesmo que você está pensando. Sem intermediários, a idéia- ainda evidentemente apenas uma idéia mesmo- é do surgimento de um partido que só toma decisões através dos cliques dos eleitores na internet. Uma espécie de "povo virtual" no poder.

Olha só o lema dos caras:

¿Cansado de los políticos? ¿Decepcionado? ¡Mantén el control de tu voto! Vota al Partido de Internet. ¡Vótate!

E agora? Será somente uma viagem na maionese ou espanhóis tem chance de redescobrir a "América" e nosso jeito de fazer política no século 21?

Mais informações, aqui.

Link: Victor Diniz- via Twitter      

DONOS DA HISTÓRIA

Três livros lançados no reino unido discutem as vantagens e os limites dos avanços tecnológicos para o futuro do jornalismo Os blogs e a web marcam um retorno ao jornalismo dos séculos 17 e 18

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 JOHN LLOYD 

Os últimos 150 anos foram a era do jornalismo heróico, um período em que os jornalistas desenvolveram sua auto-imagem como responsáveis por corrigir os males da sociedade.

O período produziu testemunhas do horror, tais como William Howard Russell, do “The Times”, cujos artigos sobre a Guerra da Criméia ajudaram a destruir um governo e a modernizar o Exército britânico.

Houve jornalistas como o escritor francês Émile Zola, que colocaram sua pena a serviço da indignação, diante das falsas acusações movidas contra o capitão Alfred Dreyfus.

Já o jornalismo de denúncia ao estilo norte-americano gerou talentos como o de Ida Tarbell, que expôs as práticas da Standard Oil no começo do século 20 -período em que era difícil ver mulheres ocupando posições no jornalismo fora das páginas literárias e de moda.

E, dos anos 1960 em diante, uma legião de repórteres investigativos justificou sua existência com a criação de um quadro de profissionais intransigentes que exigiam que os poderosos prestassem contas.

Esses repórteres foram imensamente beneficiados pela fama e pelo status de Ed Murrow, jornalista de rádio e TV da [rede norte-americana] CBS nos anos 1950, e pelos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, do “Washington Post”, famosos por suas reportagens sobre o caso Watergate no começo dos anos 1970.

De diferentes maneiras, três livros recentes são produto da transição da era do jornalismo heróico para… O que, exatamente? Por enquanto, o novo modelo não tem nome.

As primeiras indicações são de que o melhor termo seja “era demótica”, devido à explosão de blogs, sites de redes sociais, e-mails e textos que a internet propiciou nos últimos dez anos -e tudo isso com uma intensidade não vista nem mesmo no período epistolar mais intenso da era vitoriana.

Em “SuperMedia” [ed. WileyBlackwell, 216 págs., 14,99, R$ 53], Charlie Beckett considera a nova era sob esses termos. Antecipa o momento em que essa forma de jornalismo cidadão suplantará o modelo convencional e, em suas palavras, “salvará o mundo”.

Em “Can You Trust the Media?” [Você Pode Confiar na Mídia?, Icon Books, 256 págs., 12,99, R$ 46], Adrian Monck, ex-produtor da ITV e da Sky e hoje professor de jornalismo na Universidade Metropolitana de Londres, derruba os mitos da era do jornalismo heróico ao negar esse heroísmo.

E os ensaios da coletânea “UK Confidential” [Reino Unido Confidencial, Instituto Demos, Charlie Edwards e Catherine Fieschi (org.), 184 págs., 10, R$ 36] tratam da moderna suposição de que figuras públicas têm pouco ou nenhum direito a uma vida privada.

Blogs e nostalgia

De certa forma, os blogs e a web marcam um retorno ao jornalismo dos séculos 17 e 18 -um período empreendedor, no qual pessoas que tinham algo a dizer montavam seus negócios e publicavam panfletos e boletins noticiosos.

Também vivemos um período de maior incerteza, o que lembra a era vitoriana, quando os jovens aspirantes a literatos, vestidos com trajes modestos, ganhavam a vida trabalhando arduamente em um mercado formado majoritariamente por free-lancers.

O jornalismo do século 20, até agora, dependia de bases organizacionais: jornais com editorias, treinamento e estrutura de carreira; companhias de televisão que investiam em suas divisões de notícias e atualidades; sindicatos que por algum tempo deram aos jornalistas dos países desenvolvidos proteção ao menos semelhante àquela da qual os operários gráficos um dia desfrutaram.

Nem todos esses fatores desapareceram, mas diversos deles parecem oscilantes.

A paisagem atual está repleta de grandes fábricas de notícias que estão perdendo espaço e mostrando sinais de debilidade. A divisão de notícias da CBS, criada por Murrow, hoje conta com apenas alguns correspondentes estrangeiros, e quase nenhum zelo investigativo. O “Le Monde”, fundado por Hubert Beuve-Méry para restabelecer a honra do jornalismo francês no pós-guerra, está lutando para sobreviver.

O “Daily Express”, no passado uma presença dominante no mercado britânico médio, agora se reduziu a ponto de se tornar parte de um grupo dirigido por um pornógrafo.

O denominador comum a isso é a perda de audiência e de receita sofrida ao longo da última década. Existe, como aponta Charlie Beckett em “SuperMedia”, “pressão mais que suficiente para que temamos pelo futuro do jornalismo”.

Usando um excerto de um discurso proferido em 2007 por Ed Richards, presidente da Ofcom, a organização que fiscaliza a mídia britânica, ele propõe uma questão: “O abandono do consumo de notícias, quer em forma eletrônica convencional ou em forma impressa, parece ser uma tendência secular e em aceleração… Até que ponto isso influencia a existência de uma sociedade civil saudável?”

Trata-se de uma pergunta válida. O jornalismo baseou sua auto-imagem e sua justificativa para existir na crença de que seu trabalho permitia que os membros de sua audiência de massa se tornassem melhores cidadãos. Se o jornalismo desaparecer, o que acontece com a cidadania?

A pergunta que serve de título para o livro de Monck é respondida de maneira abrangente em seu ensaio: não, não se pode confiar na mídia, e aliás nunca se pôde.

Monck não acha que os padrões estejam em decadência, mas sente que a crescente falta de confiança é uma resposta pública racional à imprensa cada vez menos confiável.

“Do ponto de vista comercial”, escreve, “confiança é um ativo sem valor”. Ele zomba da “tocante fé em que, caso as pessoas testemunhem a verdade, agirão pelo bem”, e enfatiza a bagagem emocional, e não racional, que os leitores e espectadores carregam com eles ao avaliar cada questão.

Afeto e exasperação

Se o jornalismo está em crise, alguns dos componentes dessa crise são tão antigos quanto o jornalismo -e indissociáveis dele. Em seu livro, acessível e escrito de maneira vivaz, Monck conclui expressando a certeza de que precisamos do jornalismo, mas ainda assim o encara com uma mistura de afeto e exasperação, como algo de falho que, quando faz o bem, o faz por acidente.

Em contraste, o argumento de Beckett está resumido em seu subtítulo: “Salvando o Jornalismo para Que Ele Possa Salvar o Mundo”.

E o autor parece estar falando sério. Ele eleva o “jornalismo cidadão” -termo que engloba toda forma de comunicação, de blogs a depoimentos amadores sobre desastres ou guerra e sites de jornalismo amador na web- à posição de salvador do jornalismo.

Acima de tudo, Beckett acredita que, “quanto mais os jornalistas se comportarem como cidadãos, mais forte será o jornalismo”. Ele também acredita que o jornalista precisa ter como base a realidade experimentada, e que o jornalismo cidadão extrai sua legitimidade e sua prática dessa realidade.

Beckett defende parte de seus argumentos mencionando o exemplo do “Fort Myers News-Press”, da Flórida, um jornal que pressionou por acesso à lista dos pagamentos de assistência às vítimas do furacão Katrina.

Em seguida, o jornal publicou a lista e convidou seus leitores a informar a Redação em caso de quaisquer anomalias nos pagamentos. As denúncias foram usadas como base para uma série de reportagens.

E, em uma bela passagem sobre o jornalismo africano, cita extensamente blogs bem-informados e raivosos mantidos por africanos, os observadores mais capazes de testemunhar o comportamento criminoso de seus governos corruptos.

Os blogs expressam opiniões que muitas vezes terminam censuradas nos jornais e, especialmente, nas rádios e estações de TV africanas.

Há um porém -ou poréns.

Em primeiro lugar, as tentativas de fazer do jornalismo cidadão uma prática cotidiana não funcionaram bem até o momento.
Em segundo lugar, a maioria do jornalismo político convencional que surgiu na blogosfera não elevou o nível ético.

O mais famoso desses novos jornalistas políticos é Matt Drudge, hoje um homem poderoso na mídia. Ganhou fama inicialmente ao revelar o caso entre Monica Lewinsky e [o então presidente dos EUA] Bill Clinton e continua a explorar esse filão de boatos, acusações e insinuações.
Terceiro, não está realmente claro o que quer dizer “comportar-se como cidadão”, para um jornalista, ou o que seria “se comportar como jornalista”, para um cidadão. Os cidadãos muitas vezes não querem forma nenhuma de jornalismo.

Privacidade

“Reino Unido Confidencial” observa o jornalismo pela lente da tecnologia e age como uma espécie de comentário cético a respeito.
O que essa coletânea muito diversificada demonstra é que o desejo benigno das empresas e do governo de acelerar o acesso a bens e serviços significou, na prática, que o público transferiu, em grande medida sem se incomodar muito, vasto volume de dados pessoais a empresas e ao governo.

Então, não existe maneira de escapar às atuais misérias do jornalismo?

Não de um salto, creio.

Mas, apesar do realismo frio de Monck e dos alertas dos ensaístas do Demos sobre a necessidade de defender a privacidade -e não investigá-la-, Beckett aponta para algo novo que está acontecendo: a capacidade e disposição do público para contribuir na produção de sua narrativa.

Podemos vislumbrar um mundo no qual aqueles que estão ávidos por dizer alguma coisa agora podem fazê-lo, se bem que para audiências muitas vezes restritas.

Quem desejar prestar testemunho sobre horrores e maravilhas pode transmitir suas palavras e imagens. Quem se indigna com suspeitas de delitos empresariais ou governamentais pode encontrar ferramentas que permitem investigar e expor.

Tudo isso resulta em considerável ganho de poder e, se não implica ainda que a prática do jornalismo tal qual o conhecemos esteja destronada -algo que espero jamais aconteça-, ao menos oferece a democrática possibilidade de nos tornarmos, nós todos, heróis.

JOHN LLOYD é autor de “What the Media Do to Our Politics” [O Que a Mídia Faz para Nossa Política] e colaborador do jornal “Financial Times”, onde a íntegra deste texto foi publicada.Tradução de Paulo Migliacci.ONDE ENCOMENDAR - Livros em inglês podem ser encomendados pelo site www.amazon.co.uk

NATAL MPB

Natal MPB 

Algumas canções brasileiras que comemoram a época 

Sempre que chega o fim do ano, as emissoras de rádio abrem a gaveta

especial da música de Natal. Além das clássicas como "Noite Feliz" e "Toca o Sino", que têm versões em diversas línguas, também ouvimos muitas versões em português de canções pop internacionais sobre o Natal. Mas isso não quer dizer que os compositores brasileiros também não tenham escrito bastante sobre a data! Veja só alguns exemplos:

Durante a Era do Rádio, diversos sambistas falaram do Natal. Assis
Valente
, por exemplo, é o autor de "Boas Festas" ( "eu pensei que todo mundo/fosse filho de Papai Noel..."), escrita em 1932 e muito
regravada desde então, e de "Recadinho de Papai Noel", que ficou
famosa na voz de Carmem Miranda.

Um dos maiores nomes do samba, Adoniran Barbosa, tratou o tema com humor em "Véspera de Natal", que conta o episódio de um pai pobre que, para alegrar seus filhos, se veste de Papai Noel, mas fica preso na chaminé.

Na samba mais atual, o bom velhinho aparece em "Feliz Natal, Papai
Noel", composição de Martinho da Vila. Muitos outros nomes famosos da música brasileira atual também fizeram canções sobre a data, desde Roberto e Erasmo Carlos, autores de "Menino Jesus", até João Donato, mais conhecido como participante do movimento da Bossa Nova, que compôs "Depois do Natal", música de amor com tema natalino que já foi gravada, por exemplo, por Nana Caymmi e Djavan.

Na música pop, a banda Roupa Nova lançou um disco de músicas de Natal em 2007. Embora a maior parte das faixas seja composta por versões de músicas internacionais, o disco inclui "O Velhinho" ("botei meu sapatinho na janela do quintal/Papai Noel deixou meu presente de
Natal...", que também já foi gravada por Simone, Sandy & Junior, e muitos outros) e a canção que dá nome ao disco, "Natal todo dia", que também faz parte do repertório do sertanejo Sérgio Reis.   

PALHAÇOS

De onde vem os palhaços?


A profissão de palhaço é uma das mais antigas da humanidade. Historiadores afirmam que nas cortes dos imperadores chineses já haviam sinais de palhaços, assim como em muitas tribos indígenas da América do Norte.

 

O palhaço clássico, que pinta o rosto de branco e exagera suas expressões, apareceu no teatro Grego há mais de 2.000 anos. Naquela época ainda não existia eletricidade, então os atores pintavam seus rostos de branco para que o público conseguisse enxergá-los melhor.

 

Na Idade Média muitos artistas passaram a vagar pelas cidades apresentando números cômicos em feiras livres, e os melhores conseguiam empregos como os famosos bobos da corte, cuja função era animar o rei.

A trupe de palhaços surgiu pelo século XVI - 16 em algarismos romanos - nos territórios que viriam a formar a Itália. Conhecido como “Commedia Dell’arte”, ou Comédia de Arte, o movimento foi responsável pelo surgimento dos palhaços clássicos, dos quais destacam-se Arlequim, Pantaleão e Polichinelo.

 

A partir daí a fórmula utilizada nesses espetáculos espalhou-se pela Europa e ganhou o mundo. Os circos no formato que conhecemos hoje, com malabaristas, trapezistas, mágicos e palhaços, surgiram no século XVIII - 18 em algarismos romanos. Mas os palhaços conseguiram se popularizar e alcançar outras mídias, como aconteceu com o Bozo, na televisão.

 

Entre os palhaços brasileiros famosos vale citar o Arrelia, Picolino, Carequinha, Tic Tac, Atchim e Espirro. No Brasil o dia 10 de dezembro é o Dia do Palhaço.


50 FILMES

50 filmes para assistir antes de morrer

TCM exibe segunda edição do ciclo a partir de segunda-feira (1).
Seleção inclui os clássicos 'O iluminado', 'O poderoso chefão' e 'Spartacus'.


Jack Nicholson no terror 'O iluminado' 

Quais são os filmes que todo cinéfilo deve assistir pelo menos uma vez na vida? Inspirado nessa idéia, o canal pago TCM selecionou 50 produções consideradas obrigatórias para todos aqueles que amam a sétima arte e exibe o ciclo a partir da segunda-feira (28) até dia 25 de dezembro.

 

 

Esta é a segunda edição do especial, que retorna à TV com uma nova lista de clássicos, incluindo "O poderoso chefão", de Francis Ford Coppola, "Spartacus" e "O iluminado", ambos de Stanley Kubrick, "Juventude transviada", de Nicholas Ray, e "Os pássaros", de Alfred Hitchcock, entre outros.

 

A nova lista foi elaborada levando em consideração a opinião de atores, diretores, produtores e roteiristas de renome em Hollywood, além de críticos de cinema e premiações como o Oscar e o Globo de Ouro.

 

O canal vai levar ao ar dois filmes da seleção por dia, sempre a partir das 22h. Confira abaixo a programação lista completa com a programação.

 

James Dean em cena do clássico 'Juventude Transviada' 

1. "O expresso de Xangai" (Shanghai Express, 1932) - Segunda (1), 22h


2. "Juventude transviada" (Rebel without a cause, 1956) - Segunda (1), 23h25 

3. "Um dia de cão" (Dog day afternoon, 1975) - Terça (2), 22h

 

4. "Diabo a quatro" (Duck soup, 1933) - Terça (2), 0h10

 

5. "O show deve continuar" (All that jazz, 1979) - Quarta (3), 22h

 

Clint Eastwood estrela 'Perseguidor implacável' (Foto: Divulgação)

6. "O que terá acontecido a Baby Jane?" (What ever happened to Baby Jane?, 1962) - Quarta (3), 0h10

 

7. "Rio vermelho" (Red river, 1948) - Quinta (4), 22h

 

8. "Perseguidor implacável" (Dirty Harry, 1971) - Sexta (5), 0h15

 

9. "O ocaso de uma lenda" (This is Spinal Tap, 1984) - Sexta (5), 22h

 

 

Cena do 'O poderoso chefão', dirigido por Francis Ford Coppola(Foto: Divulgação)

10. "Vampiros de almas" (Invasion of the body snatchers, 1956) - Sexta (5), 23h30

 

11. "O barco – Inferno no mar" (Das boot, 1981) - Sábado (6), 22h

 

12. "O poderoso chefão" (The godfather, 1972) - Domingo (7), 0h30

 

13. "Os dez mandamentos" (The ten commandments, 1956) - Domingo (7), 22h

 

14. "Aventuras de Robin Hood" (Adventures of Robin Hood, 1938) - Segunda (8), 1h45

 

Dustin Hoffman estrela 'Todos os homens do presidente' (Foto: Divulgação)

15. "Matar ou morrer" (High noon, 1952) - Segunda (8), 22h

 

16. "Confidências à meia-noite" (Pillow talk, 1959) - Segunda (8), 23h30

17. "Todos os homens do presidente" (All the president's men, 1976) - Terça (9), 22h

 

18. "Grande Hotel" (Grand Hotel, 1932) - Quarta (10), 0h25

 

19. "Pacto de sangue" (Double indemnity, 1944) - Quarta (10), 22h

 

'O enigma do outro mundo', de John Carpenter (Foto: Divulgação)

20. "A princesa e o plebeu"(Roman holiday, 1953) - Quarta (10), 23h55

21. "O enigma do outro mundo" (The thing, 1982) - Quinta (11), 22h

 

22. "Amargo pesadelo" (Deliverance, 1972) - Quinta (11), 23h55

 

23. "Agonia e glória" (The big red one, 1980) - Sexta (12), 22h

 

24. "O iluminado" (The shining, 1980) - Sexta (12), 0h

 

'O bom, o mau e o feio': clássico do faroeste-espaguete (Foto: Divulgação)

25. "O bom, o mau e o feio" (The good, the bad & the ugly, 1966) - Sábado (13), 22h

 

26. "Os doze condenados" (The dirty dozen, 1967) - Domingo (14), 0h50

27. "A marca da maldade" (Touch of evil, 1958) - Domingo (14), 22h

 

28. "Os pássaros" (The birds, 1963) - Domingo (14), 23h40

29. "A força do destino" (An officer and a gentleman, 1982) - Segunda (15), 22h

 

Woody Allen em 'Noivo neurótico, noiva nervosa' (Foto: Divulgação)

30. "Noivo neurótico, noiva nervosa" (Annie Hall, 1977) - Terça (16), 0h10

31. "Meu amigo Harvey" (Harvey, 1950) - Terça (16), 22h

 

32. "Um dia em Nova York" (On the town, 1949) - Terça (16), 23h50

 

33. "A conversação" (The conversation, 1974) - Quarta (17), 22h

 

34. "Galante e sanguinário" (3:10 to Yuma, 1957) - Quarta (17), 23h55 

 

'Tootsie': Dustin Hoffman vestido de mulher (Foto: Divulgação)

35. "O terceiro homem" (The third man, 1949) - Quinta (18), 22h

 

36. "No calor da noite" (In the heat of the night, 1967) - Quinta (18), 23h45 

37. "Tootsie" (Tootsie, 1982) - Sexta (19), 22h

 

38. "Se meu apartamento falasse" (The apartment, 1960) - Sábado (20), 0h

39. "Os irmãos Cara-de-Pau" (The Blues Brothers, 1980) - Sábado (20), 22h

 

Meryl Streep no oscarizado 'Entre dois amores' (Foto: Divulgação)

40. "O selvagem" (The wild one, 1954) - Domingo (21), 0h15

 

41. "Por quem os sinos dobram" (For whom the bell tolls, 1943) - Domingo (21), 22h

 

42. "O sol é para todos" (To kill a mockingbird, 1962) - Segunda (22), 0h40

 

43. "Entre dois amores" (Out of Africa, 1985) - Segunda (22), 22h

 

44. "Cupido é moleque teimoso" (The awful truth, 1937) - Terça (23), 0h45

 

Cartaz do épico 'Spartacus', de Stanley Kubrick (Foto: Divulgação)

45. "O planeta proibido" (Forbidden planet, 1956) - Terça (23), 22h

46. "Dr. Fantástico" (Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb, 1964) - Terça (23), 23h45

 

47. "A felicidade não se compra" (It's a wonderful life, 1946) - Quarta (24), 22h

 

48. "A roda da fortuna" (The band wagon, 1953) - Quinta (25), 0h15

 

49. "Spartacus" (idem, 1960) - Quinta (25), 22h

 

sábado, 29 de novembro de 2008

A Fraqueza do Idealismo


A arte idealista esquece que há no homem - nervos, fatalidades hereditárias, sujeições às influências determinantes de hora, alimento, atmosfera, etc; irresistíveis teimas físicas, tendências de carnalidade fatais; resultantes lógicas de educação; acções determinantes ao meio, etc,etc; a arte convencional, enfim, mutila o homem moral - como a ciência convencional mutila o homem físico; são ambas aprovadas pelos Monsenhores arcebispos de Paris e dadas em leitura nos colégios; mas uma ensina falso, como a outra educa falso: ambas nocivas portanto.

Eça de Queirós, in 'Correspondência'

A Imoralidade das Biografias

A Imoralidade das Biografias

O génio, o crime e a loucura provêm, por igual, de uma anormalidade, representam, de diferentes maneiras, uma inadaptação ao meio. Se repousam, porém, sobre um igual fundo degenerativo, se o génio constitui, de por si, uma espécie nosográfica — são cousas que não sabemos. Manifestação especial de epilepsia larvada, como precipitadamente quis Lombroso, ou manifestação de uma diatese degenerativa, o certo é que o génio é, de sua natureza, uma anormalidade.
Sucede que a imaginação simplista das multidões não destrinça de instinto entre o que na personalidade do homem superior constitui, ou representa, superioridade, e o que nela resulta de concomitante, ou intercorrente, anormalidade psíquica, patentemente tal. No fundo, esta intuição espontânea é justa. Na personalidade tudo se liga, se inter-relaciona. Não podemos "separar", salvo por um processo analítico conscientemente truncador da realidade, na personalidade de Goethe, por exemplo, a modalidade específica da sua ideação literária e a tendência alucinativa que, como se sabe, obriga à autoscopia externa; nem podemos separar na personalidade de Shakespeare a intuição dramática de, por ex., a inversão sexual.

Fernando Pessoa

O BEM E O MAL

O Bem e o Mal

Quando os acontecimentos nos colocam em oposição ao meio envolvente, todos desenvolvemos as forças de que dispomos, ao passo que nas situações em que apenas fazemos o nosso dever nos comportamos, compreensivelmente, como quem paga os seus impostos. Daqui se conclui que tudo o que é mau se pratica com mais ou menos imaginação e paixão, enquanto o bem se caracteriza por uma inconfundível pobreza de afecto e mesquinhez.
(...) Se abstrairmos daquela grande fatia central do mundo e da vida ocupada por pessoas em cujo pensamento as palavras bem e mal deixaram de ter lugar desde que largaram as saias da mãe, então as margens, onde ainda há propósitos morais deliberados, ficam hoje reservadas àquelas pessoas boas-más ou más-boas, das quais algumas nunca viram o bem voar nem o ouviram cantar e por isso exigem de todas as outras que se extasiem com elas diante de uma natureza da moral com pássaros empalhados pousados em árvores mortas; o segundo grupo, por seu lado, os mortais maus-bons, espicaçados pelos seus rivais, manifestam, pelo menos em pensamento, uma tendência para o mal, como se estivessem convencidos de que é apenas nas más acções, menos desgastadas do que as boas, que ainda pulsa alguma vida moral.
(...) De facto, tanto antes como hoje, não existem os maus-maus, facilmente responsabilizáveis por tudo; e os bons-bons são um ideal tão distante como a mais remota nebulosa.

Robert Musil

OS 50 MELHORES DOS ANOS 40

A Liga dos Blogues Cinematográficos prepara mais um ranking que faz um balanço de uma década do cinema. Os anos 40 e seus Welles, Hitchcocks, Fords, Wilders e Capras - só pra ficar no básico, estão em foco desta vez. Aqui segue minha listinha de 50 mais (somente os 20 primeiros contam na eleição da Liga.

Este Mundo é um Hospício

Cidadão Kane

As Vinhas da Ira

1 Este Mundo é um Hospício (1944), de Frank Capra
2 Cidadão Kane (1941), de Orson Welles
3 As Vinhas da Ira (1940), de John Ford
4 Desencanto (1945), de David Lean
5 Pacto de Sangue (1944), de Billy Wilder
6 O Tesouro de Sierra Madre (1948), de John Huston
7 Bambi (1942), de David Hand
8 Núpcias de Escândalo (1940), de George Cukor
9 Interlúdio (1946), de Alfred Hitchcock
10 Rio Vermelho (1948), de Howard Hawks

Meu primeiro colocado está top ten da minha vida. A comédia de humor negro de Frank Capra fala no meu ouvido. Em seguida, o maior dos clássicos - acho uma bobagem quererem subestimar o filme só porque gostar dele virou clichê. Cidadão Kane é um filme de invenção, um filme que ajuda a transformar uma arte. Poucos são assim. O encontro dos Johns - Ford e Steinbeck - vem depois, abrindo espaço para David Lean e o filme mais romântico do mundo, Billy Wilder e o melhor dos noirs, e mais John Huston, George Cukor, Hitch e Howard Hawks. E por que Bambi? Porque ele é perfeito. E a lista continua:

Michael Powell e Emeric Pressburger

vários

Sergei Eisenstein

11 O Terceiro Homem (1949), de Carol Reed
12 O Boulevard do Crime (1945), de Marcel Carné
13 Original Pecado (1943), de George Stevens
14 Os Sapatinhos Vermelhos (1948), de Michael Powell e Emeric Pressburger
15 Laura (1944), de Otto Preminger
16 Na Solidão da Noite (1945), de Alberto Cavalcanti, Charles Crichton, Basil Dearden e Robert Hamer
17 Retrato de Mulher (1944), de Fritz Lang
18 Festim Diabólico (1948), de Alfred Hitchcock
19 Ivan, o Terrível (1944), de Sergei Eisenstein
20 As Oito Vítimas (1949), de Robert Hamer

Fantasia

John Huston

Manoel de Oliveira

21 Fantasia (1940), de dez diretores
22 Ladrões de Bicicletas (1948), de Vittorio De Sica
23 Soberba (1942), de Orson Welles
24 Paixão dos Fortes (1946), de John Ford
25 Relíquia Macabra (1941), de John Huston
26 Aniki-Bobó (1942), de Manoel de Oliveira
27 Alemanha Ano Zero (1948), de Roberto Rossellini
28 Consciências Mortas (1944), de William A. Wellman
29 Sabotador (1942), de Alfred Hitchcock
30 Rancor (1947), de Edward Dmytryk

John Ford

Robert Siodmak

John M. Stahl

31 Como Era Verde o Meu Vale (1941), de John Ford
32 As Damas do Bois de Bologne (1945), de Robert Bresson
33 Silêncio nas Trevas (1945), de Robert Siodmak
34 Amar Foi Minha Ruína (1945), de John M. Stahl
35 A Sombra de Uma Dúvida (1943), de Alfred Hitchcock
36 Münchhausen (1944), de Josef von Báky
37 Roma, Cidade Aberta (1945), de Roberto Rossellini
38 Carrossel da Esperança (1947), de Jacques Tati
39 Pinóquio (1940), de Hamilton Luske e Ben Sharpsteen
40 A Incrível Suzana (1942), de Billy Wilder

Jean Cocteau

George Sidney

Ben Sharpsteen

41 A Bela e a Fera (1946), de Jean Cocteau
42 Macbeth - Reinado de Sangue (1948), de Orson Welles
43 Ser ou Não Ser (1942), de Ernst Lubitsch
44 Casablanca (1942), de Michael Curtiz
45 Pai e Filha (1949), de Yasujiro Ozu
46 Duelo ao Sol (1946), de King Vidor
47 A Mulher do Dia (1942), de George Stevens
48 A Grande Ilusão (1949), de Robert Rossen
49 Marujos do Amor (1945), de George Sidney
50 Dumbo (1941), de Ben Sharpsteen

LEONARDO BOFF



O texto é de Leonardo Boff:

“Captar Deus é tê-lo em todas as dimensões da vida, não apenas em situações privilegiadas, como quando se comunga ou se reza. Ter a experiência de Deus sempre - andando na rua, respirando o ar poluído, alegrando-se, tomando cerveja, procurando entender um texto que se esteja estudando. Deus vem misturado com tudo isto; e qualquer situação é suficientemente boa para captá-lo e dizer:” Ele anda conosco”.

“A chave do místico é procurar ver o que está por trás de cada coisa, o que a constitui e sustenta. Não ficar preso ao superficial, - mas fazer de tudo um símbolo, um sinal, um sacramento, uma imagem”.

“Para quem tem a experiência de Deus, o mundo é uma grande mensagem”.

MAU JULGAMENTO



O velho acordou e reparou que seu machado não estava no lugar onde havia colocado. Foi até a janela, e viu o vizinho sentado em sua varanda.

“Ele deve ter roubado minha ferramenta”, pensou o velho. “Veja como tem cara de ladrão, jeito de ladrão, olhar de ladrão”.

Ao meio-dia, enquanto arrumava algumas coisas, o velho reparou que o machado estava atrás de um móvel.

Naquela tarde, ao sair de casa para dar um passeio, cumprimentou o vizinho e seguiu adiante, pensando: “como é bom morar junto de alguém que tem cara honesta, jeito honesto, e olhar honesto”.

(Creio que todos nós, em algum momento de nossas vidas, já nos comportamos como este velho

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Autora de livro sobre Monsanto diz que sua obra "dá muito medo"

Sáb, 22 Nov, 11h42

Barcelona, 22 nov (EFE).- A jornalista francesa Marie-Monique Robin, que acaba de publicar na Espanha um ensaio sobre a multinacional de sementes transgênicas Monsanto, à qual acusa de práticas "mafiosas", diz que não sabe se seu livro "é de terror, mas dá muito medo, pois, infelizmente, tudo o que está lá é verdade".

"Le Monde Selon Monsanto" ("O Mundo Segundo a Monsanto") é o irônico título escolhido para um livro no qual a jornalista denuncia, com documentos inéditos e testemunhos de muitas "vítimas", a "impunidade diabólica" desta multinacional americana que comercializa "produtos tóxicos", afirma a autora em entrevista à Agência Efe.

As acusações de Robin a Monsanto são infinitas: vender sementes geneticamente modificadas que não demonstraram sua inocuidade tóxica e que têm de ser tratadas com adubos e pesticidas da mesma empresa, igualmente tóxicos, em um ciclo monopolístico.

Segundo a especialista, este ciclo não acaba somente com a biodiversidade do local onde é implantado, mas também não garante melhores colheitas e empobrece os terrenos.

A jornalista se reuniu durante três anos com políticos, camponeses e cientistas, alguns dos quais sofreram na própria pele o "efeito Monsanto".

Muitos deles sofreram represálias e foram despedidos devido às investigações sobre o risco dos produtos geneticamente modificados e outros adquiriram algum tipo de câncer pelo contato com eles.

A companhia, lembra Robin, comercializa 90% dos cultivos transgênicos do mundo, com 8,6 bilhões de euros (US$ 10,7 bilhões) de faturamento em 2007.

É a maior vendedora de sementes na América Latina, Ásia, Estados Unidos e Canadá, e entre seus "feitos" químicos está a fabricação do "agente laranja", um devastador pesticida utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.

Robin afirma que a multinacional tem dezenas de processos penais contra ela no mundo todo, devido a problemas de saúde gerados por seus produtos, mas também por causa de práticas de monopólio.

Segundo a jornalista, a multinacional se comporta como uma estrutura saída da mente de George Orwell - autor do livro "1984", que retrata um regime autoritário de uma sociedade de vigilância -, já que tem uma "meta totalitária e monopolística" e utiliza métodos muito semelhantes aos da máfia.

O livro faz um percurso pelas relações entre os políticos encarregados de redigir a regulamentação sobre transgênicos e as empresas do setor, com casos de membros da administração pública nos EUA que, após promover leis permissivas a estes produtos, para reduzir os testes toxicológicos, passaram para o outro lado, um inclusive como "vice-presidente" da multinacional. 

Veneno disfarçado de alimento


Por Giuliana Reginatto


Comer frutas, legumes e verduras. O mantra da alimentação natural, protegido pela fama de saudável, pode esconder inimigos mais perigosos que calorias em excesso. A dupla alface com tomate, por exemplo, é inofensiva ao regime mas está entre os alimentos com o maior risco de exposição a agrotóxicos - o mesmo vale para o morango, outro queridinho das dietas.

"De acordo com os resultados da Anvisa para 2007, o percentual de amostras insatisfatórias entre as alfaces foi de 40%, índice que chega a 44,7% entre os tomates. Nos dois casos isso se deu pelo uso de agrotóxicos não-autorizados", explica o biólogo Frederico Perez, doutor em saúde pública e pesquisador da Fiocruz.

Peres lembra que os níveis elevados de amostras insatisfatórias entre os morangos têm sido observados desde 2002. "Nos morangos foram encontrados resíduos de cinco tipos de agrotóxicos autorizados, mas eles estavam acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) preconizado pela OMS", detalha.

Tomates e morangos são espécies sensíveis, muito suscetíveis ao ataque das pragas, o que explica o uso intensivo de pesticidas. "Após aplicar um pesticida é preciso respeitar o prazo de carência para consumir o alimento. Como fazer isso no tomateiro, em que há frutos em diversos estágios, de verdes a maduros? Se o agricultor esperar a carência para colher, grande parte irá se perder", diz o ecólogo José Maria Gusman Ferraz, pesquisador do Embrapa Meio Ambiente, com pós-doutorado em agroecologia.

Se cultivar tomates pelo método tradicional já é um processo complicado, garantir sua produção sem pesticidas que combatam as pragas, como pede a cartilha dos alimentos orgânicos, pode aumentar as perdas e tornar o alimento caro demais. Na Capital o quilo de tomate orgânico chega a custar mais de R$ 13 - ante R$ 1,18 do tipo tradicional, como indica uma pesquisa aplicada pelo Pro teste: Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Para quem pode pagar, o valor compensa: entre as amostras estudadas pelo órgão, colhidas em dez estabelecimentos da Cidade, só os produtos orgânicos apresentaram ausência de resíduos de agrotóxicos.

Foram submetidos à análise do Pro teste, além de tomates, também morangos, maçãs e limões. Em mais de um quarto dos hortifrútis havia resíduos de agrotóxicos. "Quase metade dos resíduos detectados vem de pesticidas não-autorizados pela lei brasileira", comenta a bióloga Fernanda Ribeiro, pesquisadora de alimentos do Pro Teste e coordenadora da pesquisa. "O resultado foi melhor do que o esperado, mas isso se dá porque a legislação brasileira é muito permissiva. O LMR, que quando respeitado não deveria provocar danos à saúde, é subjetivo porque tem um caráter geral, desconsiderando populações frágeis, como as crianças."

O pesquisador do Embrapa argumenta que agrotóxicos mal administrados, além de agredirem a saúde, podem atacar a natureza. "Agrotóxicos também contaminam a água. Calcula-se que os EUA, campeões no consumo mundial de agrotóxicos, tenham gastado cerca de R$ 8 bilhões em um ano por conta de problemas ambientais ligados a essas substâncias. O Brasil, que se alterna com o Japão no segundo lugar do ranking, também vai pagar a conta."

Segundo Ferraz, o uso de agrotóxicos é atraente por facilitar o cultivo fora de época . "No passado se comia morango no frio, manga no fim do ano. Hoje se encontra de tudo o ano todo. O problema é que entre os nutrientes aplicados nas culturas está o nitrogênio, que se degrada em nitrito e nitrato, substâncias cancerígenas. Como são elementos solúveis, absorvidos pela planta, o agrotóxico se torna sistêmico, penetra na estrutura. Neste caso, usar vinagre como anti-séptico, por exemplo, mata só fungos, bactérias e vermes superficiais, mas não tem efeito contra resíduos. A saída é procurar o selo de procedência do alimento no mercado ou recorrer a orgânicos. Você gasta mais com eles, mas poderia gastar mais na farmácia."

Na opinião de Sérgio Graff, toxicologista da disciplina clínica médica da Unifesp, as pesquisas não justificam a mudança de hábitos alimentares. "Há confusão entre resíduo de agrotóxico e contaminação por agrotóxico. O LMR é calculado com grande margem de segurança: após testes em animais é estabelecida uma dose 100 vezes mais fraca para o homem. Isso significa que ao ingerirmos essa quantidade limite de resíduos na fruta durante a vida toda não teríamos, teoricamente, problemas. Pode ser, porém, que em alguns anos vejamos que não é bem assim."

Graff explica que os agrotóxicos permitidos no Brasil "teoricamente não podem ter indícios de ação cancerígena". Na opinião dele, faltam estudos para estabelecer relações mais precisas entre pesticidas e problemas de saúde. "As pessoas estão expostas a outros tipos de produtos químicos nocivos, como os derivados de petróleo", argumenta o médico. Sob o ponto de vista do professor doutor Angelo Trapé, coordenador de saúde ambiental da Unicamp, as irregularidades nos hortifrútis paulistanos não ameaçam a saúde. "Fica a impressão de que a pessoa está comprando um alimento contaminado.

Isso é uma perversidade porque só a classe A tem acesso a orgânicos, vendidos a preços exorbitantes pelos mercados. O que falta é uma política pública eficiente que ensine o pequeno agricultor a usar corretamente o pesticida, falta acesso à tecnologia e fiscalização mais adequada", analisa Trapé. 

sábado, 22 de novembro de 2008

DOUTOR SUCESSO

Você já ouviu falar em Christopher Langan? Provavelmente, não. Ele é um americano de 51 anos que ficou conhecido desde o final dos anos 1990 como o “homem mais inteligente da América”. Dos Estados Unidos, quer dizer. Os testes mostram que Langan tem um Q.I. de 195. Albert Einstein, o gênio que revolucionou a Física, tinha Q.I. de 150. Qualquer um com Q.I. acima de 150 é considerado gênio.

Apesar dessa enorme vantagem comparativa, Langan passou a maior parte da vida trabalhando como porteiro em um bar na região de Nova York. Nas horas de folga, estudava Física e Filosofia por conta própria. Escreveu em casa uma espécie de teoria-geral-de-todas-as-coisas, que jamais foi publicada e provavelmente jamais será. Neste ano, venceu um programa de perguntas na TV, no qual competiu sozinho contra um grupo de 30 pessoas. Tudo sugere que Langan poderia ter sido um cientista notável, mas ele não teve sorte. Nasceu numa família miserável, em que cada um dos quatro filhos tinha um pai diferente, todos mortos ou ausentes. Nunca conseguiu passar do colégio. Ganhou duas bolsas para a universidade e duas vezes as perdeu – com um boletim cheio de As – porque lhe faltava apoio material e afetivo para prosseguir. Numa das ocasiões, a mãe não se deu ao trabalho de assinar um atestado confirmando que a família continuava pobre.

Com essa história triste, o escritor Malcolm Gladwell abre o terceiro capítulo de Fora de Série, a História do Sucesso, lançado na semana passada nos Estados Unidos com o título de Outliers (a tradução chegará ao Brasil em dezembro pela editora Sextante). É o terceiro livro de Gladwell. Ele já escreveu dois best-sellers: Ponto de Desequilíbrio (2000) e Blink, a Decisão num Piscar de Olhos (2005). Eles foram traduzidos para 25 países e venderam 4,5 milhões de cópias. Tornaram seu autor um misto de celebridade, guru e milionário, aquele tipo de pessoa abordada na rua por estranhos, que recebe US$ 50 mil por palestra. Com Fora de Série, Gladwell deve repetir ou ampliar o impacto de seus livros anteriores. Na quinta-feira passada, Outliers já era o terceiro na lista de mais vendidos na livraria virtual Amazon.

Gladwell diz que sempre quis entender por que alguns se davam tão bem na vida – e outros não. Parece ser algo pessoal. Miúdo e inquieto, ele tem pai inglês branco e mãe jamaicana, de ascendência negra. Na tradição cultural anglo-saxã, é negro. Foi criado na zona rural do Canadá e poderia ter parado por aí. Mas seus pais eram ambiciosos, ele destacou-se na escola e terminou na universidade, onde cursou História. Antes de ser jornalista, tentou ser publicitário, sem sucesso. Nos Estados Unidos, fez uma carreira brilhante de repórter. Nos últimos oito anos, conquistou fama e fortuna como escritor. Costuma se apresentar, com desconcertante modéstia, como “parasita das idéias dos outros”. Agora, diz que, parasitando, entendeu os mecanismos do sucesso.

“Nós somos focados demais no indivíduo”, diz Gladwell. “Para realmente entender os fora de série, temos de olhar ao redor deles: para a cultura, para a família, para a comunidade e para a geração deles”. Ele não afirma que o talento ou a ação individuais não sejam importantes. Há milhares de exemplos para provar o contrário. Ele afirma, apenas, que talento, inteligência e personalidade não explicam tudo.

Quem é Malcolm Gladwell – e o que ele diz
Brooke Willians
NÃO BASTA SER GENIAL
Gladwell, em foto de 2005. Ele diz que para entender o sucesso é preciso olhar para além do indivíduo: a família, a comunidade e as circunstâncias
QUEM É
Nasceu na Inglaterra e foi criado na zona rural do Canadá. Tem 45 anos e escreve para a revista The New Yorker

É filho de uma psicoterapeuta jamaicana e de um professor de Matemática inglês. Magro e miúdo, tem pele e olhos claros, mas se apresenta como negro

Aos 14 anos, detinha o recorde canadense de velocidade para 1.500 metros. Seu pai diz que ele “se alimenta” de competição. É o mais novo de três irmãos homens

A família é presbiteriana. Todas as noites os pais liam para os filhos a Bíblia e trechos dos romances de Charles Dickens. Não havia TV em casa

Na faculdade de História, Gladwell pôs um pôster de Ronald Reagan em seu quarto. Seu primeiro emprego foi na revista conservadora American Spectator

Seus livros anteriores – Ponto de Desequilíbrio e Blink, a Decisão num Piscar de Olhos – venderam 4,5 milhões de exemplares

Por causa dele, criou-se o verbo “gladwellizar”, com o sentido de subverter o senso comum e olhar as coisas de uma perspectiva inusitada, contra-intuitiva

O QUE ELE DIZ
“Conheço um monte de pessoas extremamente inteligentes, enormemente ambiciosas, que nunca
se tornaram um Bill Gates. Está claro para mim que nosso entendimento das causas do sucesso ainda é precário”

“Não é suficiente perguntar como são as pessoas bem-sucedidas. É apenas perguntando de onde elas vêm que podemos entender a lógica por trás de quem faz e de quem não faz sucesso”

“Somos focados demais no indivíduo.
Para realmente entender os fora de série, temos de olhar ao redor deles – para a cultura, para a família, para a comunidade e para a geração deles”

“Para se tornar um grande mestre do xadrez, são necessários dez anos. O que são dez anos? Bem, é mais ou menos o que leva para obter 10 mil horas de prática. Dez mil horas é o número mágico da grandeza”

“Não acredito em caráter. Acredito no efeito do ambiente e da situação no comportamento das pessoas” 

CINEMA NACIONAL

Vamos cuidar do cinema nacional?




A frequência a filmes nacionais caiu 30% no primeiro semestre em comparação com o ano passado. Voltando ontem de carro pela estrada, ouvia no rádio a choradeira de cineastas conclamando o público a "voltar a gostar de cinema brasileiro" ou "se reconhecer na telona". Pura bobagem. Todos adoramos cinema, o que inclui evidentemente o cinema brasileiro. Talvez e muito provavelmente, a safra verde-amarela atual é raquítica em comparação ao apetite do público.

Trago aqui uma história cinematográfica mais importante para vossa apreciação, internauta.

Além do cinema brasileiro, o filme, precisamos cuidar do cinema brasileiro, o prédio!

Em Ituverava, cidadezinha onde nasci, havia dois cinemas: o "Regina" e o "Rosário". Sem contar esta pérola das fotos acima, o "Santa Cecília", que ficava no distrito de Capivari da Mata, vila com menos de 3 mil habitantes distante uns 10 Km da metrópole Ituverava, que até hoje tem os seus 30 mil.

Pois bem. Atualmente, o "Regina", totalmente desfigurado, virou uma igreja evangélica. De péssima qualidade, diga-se. E o "Rosário", coitado, com sua marquise que se projetava sobre a calçada protegendo os cinéfilos dos chuviscos de verão, foi botado abaixo. Virou umas duas ou três lojinhas de badulaques chineses.

Passar em frente a esses dois fantasmas quando visito minha cidade natal é a experiência que mais me corta o coração. Para mim o destino dessas duas salas de exibição de cinema é um documento eloquente do triunfo da ignorância e da truculência que nos ameaça nos dias que correm sobre a Terra.

Quem me conhece, sabe. Não sou de saudosismos. Mas devo dizer a vocês que no "Regina" e no "Rosário" vivi alguns dos principais momentos da minha infância e juventude. Da descoberta do amor, mão nervosa e suada sobre o encosto da cadeira procurando o primeiro toque na mão da primeira namorada... aos sustos, risadas, medos e suspenses compatilhados pela platéria na mágica projeção de imagens na sala escura.

Escrevo este post principalmente para convocar Ituverava e região, e quem sabe inspirar outras comunidades brasileiras a fazerem o mesmo: há um movimento pela recuperação do "Santa Cecília", essa jóia arquitetônica de Capivari da Mata ainda não devorada pelos inimigos da delicadeza. O artista plástico João Lourenço, que é neto do antigo dono, já iniciou um movimento pela sua reativação. Fez esta bela intervenção na fachada do cinema (terceira foto de cima para baixo). O trabalho foi selecionado para o Salão de Arte Contemporanea de Ribeirão Preto. Agora, o João quer fazer um documentário sobre a história para quem sabe ser exibido lá mesmo na reinauguração do cineminha charmoso de Capivari. 

Vamos cuidar do cinema nacional, o prédio?

ORGASMO

Até na hora do orgasmo: o homem é mais bobinho




Por conta de 3 segundos, gastamos anos e até fortunas incalculáveis. Movem-se montanhas, inventam-se mentiras, arriscam-se casamentos e até a própria vida. Sim, torcida brasileira, estou falando dele mesmo: o orgasmo.

É um momento tão singular e precioso na nossa vida que já ganhou um dia só para ele no calendário: 31 de Julho! Não me perguntem o por quê. Nem da data, nem do fenômeno em si. Apenas uma coisa é certa. Em matéria de orgasmo, como em quase tudo, o homem está atrasado em relação à mulher. Quer dizer, atrasado em conhecimento. Pois até na hora do orgasmo, o homem é mais bobinho. Geralmente chega antes da hora certa.

Já colocamos um robozinho em Marte, mas até hoje não sabemos onde fica o ponto G na mulher. Talvez por isso, torna-se cada vez mais astronômica a distância entre o orgasmo masculino e feminino.

O orgasmo do homem é básico, previsível e de uma obviedade desconcertante. Tem a função pura e simples de ser veículo para espermatozóides ansiosos como japoneses em direção a mais um dia de trabalho. É como um vagão de metrô lotado na hora do rush cuspindo o stress de final de dia. Já o orgasmo feminino, como a própria mulher, é misterioso, insondável e, suprema humilhação, múltiplo!

Sabe-se muito pouco sobre o orgasmo. Além da movimentação dos líquidos, ocorre uma súbita interrupção nas atividades cerebrais. Daí os franceses se referirem ao orgasmo com a expressão "petit mort": pequena morte. Talvez tudo se resuma a isso mesmo. Buscamos a vida toda gozar por um único momento de descanso de tanta vida jogada fora.

Viva o dia do orgasmo!

ATLÉTICO MINEIRO

Atlético MG

US Atlético-MG Atlético-MGlink

Fundação: 25 de março de 1908 Belo Horizonte-MG Estádio: Mineirão (do governo) Capacidade: 75 mil pessoas Presidente: Alexandre Kalil Site oficial: www.atletico.com.br

Clube Atlético Mineiro

Há que se respeitar uma história quando ela começa com uma turma de gazeteiros trocando uma manhã de aulas de quarta-feira por um bate-papo animado no coreto do Parque Municipal. Estamos falando de peladeiros bucólicos e empreendedores, que fizeram nascer daquela reunião em Belo Horizonte um dos clubes mais respeitados e com maior torcida do País, o Athlético Mineiro Football Club – que quatro anos depois abriria mão dos anglicismos para ser, definitivamente, o Clube Atlético Mineiro.

O próprio grupo que se juntava toda semana para bater bola foi o primeiro elenco do clube. Em março de 1909, exatamente um ano após a fundação, veio a primeira  partida oficial: vitória por 3 x 0 sobre o Sport Club Futebol. O autor do gol viria a descobrir que sua sina era realmente de ser “autor”: o primeiro tento da história do clube foi de Aníbal Machado, que se tornaria escritor e dramaturgo, responsável por um dos maiores contos da literatura brasileira, “Viagem aos Seios de Duília”. Só que o Sport não se conformou e pediu revanche: perdeu novamente por 2 x 0. Terceiro encontro, nova derrota, agora por 4 x 0. O pessoal do Sport se juntou, pensou bem e resolveu extinguir a equipe.

Em 1915, a Liga Mineira de Esportes Terrestres (que futuramente se tornaria um pouco mais específica e viraria a Federação Mineira de Futebol) organizou o primeiro torneio dentro do Estado, a Taça Bueno Brandão – que acabaria sendo a primeira edição do Campeonato Mineiro. Só que a estréia triunfal veio imediatamente pelo primeiro jejum da história: durante os dez anos seguintes, o time do técnico Chico Neto assistiu à hegemonia do América.  Foi em 1926 que a história começou a mudar, pouco antes de outro marco histórico: a construção do estádio Presidente Antônio Carlos, no bairro de Lourdes. Sinal dos tempos em que Belo Horizonte tinha 40 mil habitantes, a construção para 5 mil espectadores foi apelidada “gigante” e, em sua inauguração, teve presença até do presidente da FIFA, Jules Rimet.

Aquela geração do final dos anos 20 e início da década de 30 foi capitaneada por aquele que foi o primeiro grande ídolo do clube: o atacante Mário de Castro. Ele se tornou o único jogador de fora do eixo Rio-São Paulo a ser chamado pela Confederação Brasileira de Desportos para a Seleção Brasileira, que disputaria a Copa do Mundo de 1930. Décadas depois, Mário admitiu que “só iria para ser titular” e não para ser reserva de Carvalho Leite (Botafogo-RJ), que era o plano original. Assim, o autor de 195 gols em 100 jogos passou a vida toda tendo vestido apenas uma camisa, a alvinegra do Galo. Junto de Jairo e Said, Mário formou aquele que se tornaria o “Trio Maldito”.

O futebol custava para cruzar as fronteiras estaduais, e o Galo foi um pioneiro em conseguir sucesso nacional quando, em 1937, se sagrou Campeão dos Campeões do Brasil – torneio que a Federação Brasileira de Futebol organizou, reunindo campeões estaduais do ano anterior de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Foi naquela campanha que o time revelou para o Brasil seus reforços recém-adquiridos junto ao Villa Nova: Guará, Zezé Procópio e Alfredo Bernadinho. O torneio nacional não emplacou, mas durante a década de 40 o Atlético consolidou sua soberania dentro do Estado com três bicampeonatos (41/42, 46/47 e 49/50) que consagraram a linha de frente formada por Lucas Miranda, Carlyle, Nívio e Lêro e principalmente o lendário goleiro Kafunga – que por 19 anos defendeu o alvinegro.

Divulgação
Imagem dos "campeões do gelo"
E, se torneios nacionais eram raridade, o que dizer do intercâmbio com outros países? Também aí o Galo fez história ao realizar uma inédita excursão pela Europa – entre novembro e dezembro de 1950 -, em que enfrentou times da Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo e França. Com as seis vitórias, dois empates e duas derrotas, o Atlético Mineiro voltou ao Brasil com o título do Torneio de Inverno, que rendeu à equipe o apelido de Campeão do Gelo. A conquista abriu outra década que seria prolífica em conquistas, com o primeiro pentacampeonato mineiro da história do clube, entre 1952 e 56.

Não por coincidência, uma década pobre para o Galo foi a de 60 – a do surgimento da grande geração do Cruzeiro liderada por Tostão. De notório, apenas o bicampeonato mineiro 62/63 e uma insólita vitória sobre a Seleção Brasileira: em 69, as “Feras do Saldanha” que dali a pouco tempo seriam tricampeões do mundo (e com Zagalo) caíram por 2 x 1, gols de Amaury e Dadá Maravilha para o Atlético e de Pelé para o Brasil. A partir daquela vez, a Seleção passaria a evitar peremptoriamente qualquer amistoso diante de clubes nacionais.

Gazeta Press e Divulgação
Dadá Maravilha e Reinaldo
Os tempos mirrados acabaram de vez a partir do momento em que um dos maiores técnicos da história do futebol brasileiro assumiu o comando do time. A partir daí – com Dadá, Lôla, Vantuir e cia. -, o Atlético passou a ser símbolo, além de de equipe vencedora, de futebol bonito. Foi assim, chamando a atenção, que o Galo se tornou o primeiro vencedor do Campeão Brasileiro, em 1971 – torneio do qual Dadá foi artilheiro, assim como em 72. E, no final dos anos Telê Santana, o sucesso foi coroado com o despontamento do maior craque do clube em todos os tempos, Reinaldo. Com o centroavante, o Galo foi hexacampeão mineiro entre 78 e 83 e chegou a duas finais de Brasileiro: em 77 e 80. Pelo menos a primeira delas merecia ter se tornado um título: após liderar a fase de classificação com dez pontos de diferença, o Atlético disputou final em apenas um jogo contra o São Paulo, sem contar com a vantagem do empate. Nos pênaltis, o Tricolor – notadamente mais limitado em termos de técnica – saiu campeão. Mas nessa época ninguém mais teve dúvida da grandeza do Atlético, que juntou  “Rei” Reinaldo com gente  como Cerezo, Paulo Isidoro, João Leite, Luizinho, Palhinha, Nelinho e Éder.

Quando a renovação chegou, vieram Batista, Sérgio Araújo, Elzo... O Galo continuou sendo presença constante nas primeiras posições do Campeonato Brasileiro, mas nenhum título nacional fez companhia às oito edições do Mineiro vencidas durante a década de 80. Outros troféus mesmo só foram aparecer no começo da década de 90, quando o time entrou no rol das conquistas internacionais em 92, com o título da Copa Conmebol diante do Olímpia (PAR). A equipe comandada por Emerson Leão que tinha Taffarel, Dedê e Marques conseguiria o bicampeonato em 97, na famosa goleada por 4 x 1 contra o Lanús, na Argentina, que terminou em pancadaria. Em casa, um empate por 1 x 1 deu o título aos mineiros.

Gazeta
Marques é ídolo do passado e do presente do Galo

Também na década de 90 o Atlético se cansou de fazer bons papéis no Brasileirão, mas acabar eliminado. Em 91, derrota na semifinal para o campeão São Paulo e terceiro lugar; três anos depois, foi a vez de ser derrotado pelo Corinthians. Na edição de 96, o centroavante Renaldo foi o maior artilheiro do País, mas novamente o time caiu na semifinal, assim como em 97 contra o campeão Palmeiras. Foi apenas em 1999, 18 anos depois, que o Galo retornou a uma final nacional. Liderado pela dupla Marques e Guilherme – que foi o artilheiro daquela edição -, o Atlético deu trabalho, mas acabou esbarrando no Corinthians.

A próxima conquista da lista confirmou de vez a condição do Galo de maior equipe do Estado no século 20. Com o bicampeonato mineiro em 2000, o clube chegou a 38 títulos em 85 edições. Tudo isso graças a uma safra que se ainda brilharia muito no futebol da Europa, com nomes como Gilberto Silva, Cláudio Caçapa e Lincoln.  Para infelicidade da torcida, a passagem do século 20 significou também a despedida dos bons tempos. Depois daquele título, começou o período mais duro da história alvinegra. Se fosse só pelo jejum de conquistas estaduais, já seria duro. O problema é que, além disso, uma das equipes historicamente mais regulares do Brasileirão fez tão feio que foi parar na segunda divisão em  2005. O jeito foi investir mais nas categorias de base para formar um time capaz de retornar à elite em 2006: com o goleiro Diego, o volante Rafael Miranda, Éder Luís e a eficiente dupla de ataque formada por Roni e Marinho, o Galo voltou e, em 2007, acabou com a seca de títulos mineiros. Tudo ficou em ordem de novo para receber o centenário em 2008.


De Gibran



O texto é de Khalil Gibran:

“Sete vezes desprezei a minha alma.

Quando a vi disfarçar-se de humilde para alcançar a grandeza.

Quando a vi coxear na presença de coxos.

Quando lhe deram a escolher entre o fácil e o difícil, e ela escolheu o fácil.

Quando ela cometeu um mal e consolou-se com a idéia de que outros também cometem o mesmo mal.

Quando aceitou a humilhação por covardia e atribuiu isso a sua virtude e tolerância.

Quando desprezou um rosto por julgá-lo feio e não notou a beleza de um espírito.

Quando considerou algum elogio como o reconhecimento de sua capacidade”.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

COMERCIAL DA HEINEKEN

BALADA LITERÁRIA

por Marla Cardoso e Litiane Klein 
São Paulo receberá, a partir desta quinta-feira, dia 20, até o domingo, 23 de novembro, uma intensa programação, totalmente voltada para a cultura, com foco na literatura. É que neste período ocorre a 3ª edição da Balada Literária, evento que existe desde 2006 e festeja o mundo das letras na capital da garoa. A festa é uma iniciativa do escritorMarcelino Freire, que teve a idéia de reunir no bairro paulistano da Vila Madalena artistas e público, e colocar em pauta temas como literatura, teatro, música e outras expressões artísticas. Freire, ao lado da também escritora Maria Alzira Brum Lemos, é curador da Balada Literária. Em entrevista ao Publishnews, ele recorda que a idéia de criar a Balada amadureceu durante uma edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), da qual participava como convidado. “A proposta foi criar um evento mais informal, com a cara da Vila, sem o caráter solene, com bate-papos com temas livres”, acrescenta. O barato, ainda anuncia o escritor, é que o público pode participar de todos os eventos, já que eles não acontecem simultaneamente e os locais de realização são próximos. A Balada conta com a Livraria da Vila, aBiblioteca Alceu Amoroso Lima e o Centro Cultural b_arco como parceiros realizadores. Neste ano, o SESC Pinheiros, o Centro da Cultura Judaica e oTeatro Brincante também vão apoiar a festa, além da Mercearia São Pedro. A escritora russa radicada no Brasil Tatiana Belinky é a homenageada da Balada Literária 2008, e a programação inclui evento na qual Tatiana conversa com outros autores da literatura infantil.
É no dia da abertura, 20, que a escritora estará numa mesa com Eva Furnari, Índigo, Luiz Bras e Vladimir Sacchetta, às 11h, na Livraria da Vila. Haverá ainda a participação especial da atriz Ana Luisa Lacombe. Às 14h30, no mesmo local, Alberto Guzik conversa com Fernando Bonassi, Ricardo Silvestrin e Suzana Amaral. Já às 18h, no Sesc Pinheiros, a programação segue com o escritor, jornalista e diretor de TV, Ricardo Soares, que participa de debate com a escritora carioca Cecília Giannetti e com  os argentinos Juan Diego Incardona e Pedro Mairal. O roteiro do primeiro dia de Balada se encerra às 21h, no Teatro Brincante, com uma noite em homenagem ao Dia da Consciência Negra e ao centenário do poeta pernambucano Solano Trindade. O evento conta com as participações de Maria Eugênia Almeida, Miró, Naruna Costa, Olivia Araújo, Pedro Américo, Rosane Almeida, Valmir Jordão e Wilson Freire.
A sexta-feira, dia 21, a programação segue com o jornalista Álvaro Costa e Silva, editor do caderno Idéias do Jornal do Brasil, que conversa com a paulistana Beatriz Bracher e o catarinense Cristovão Tezza, às 11h, na Livraria da Vila. Pela tarde, o Centro da Cultura Judaica recebe, às 15h30, o jornalista Maurício Melo Júnior, que conversa com Berta Waldman, Mario Teixeira, Moacyr Scliar e Roney Cytrynowicz. Já as 18h, no Sesc Pinheiros, é a vez da escritora Ivana Arruda Leite debater com o gaúcho Menalton Braff e o mineiro Murilo Carvalho, vencedor do Prêmio Leya de Literatura 2008. A Mercearia São Pedro é homenageada com a abertura oficial da exposição e lançamento de livro de fotografias feitas pelo carioca José Diniz, em comemoração aos 40 anos da Mercearia, um dos botecos “literários” mais badalados da cidade.
O escritor mineiro Evandro Affonso Ferreira, o gaúcho Altair Martins, a curitibana Luci Collin e o cearense Ronaldo Correia de Brito abrem a programação de sábado, 22, às 11h, na Livraria da Vila. A festa segue às 14h30, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, onde Fabrício Carpinejar e Fabrício Marques conversam com Jomard Muniz de Britto e Sebastião Nunes. O evento também comemora os 70 anos de Jomard e Sebastião, sendo que este último terá exposição com o acervo da sua histórica Edições Dubolso. O professor da USP e crítico literário Ivan Marques, criador do programa Entrelinhas, da TV Cultura, conversa com uma das principais poetas brasileiras, a mineira Adélia Prado, às 17h, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima. O mesmo local recebe, às 19h30, apresentação literomusical com o poeta, ator e dramaturgo Gero Camilo, na qual ele lança seu primeiro CD, “Canções de Invento”.
No dia 23, domingo, os debates têm início às 14h30, na Livraria da Vila, onde o escritor cuiabano Joca Reiners Terron conversa com os quadrinistas Angeli, Laerte e Rafael Grampá. Às 18h, no Centro Cultural b_arco, estarão o jornalista Claudiney Ferreira, a cantora Fabiana Cozza, o escritor e ensaísta Francisco Bosco e o cantor e compositor Luiz Tatit, com participação especial de Marcio Debellian, um dos realizadores do documentário Palavra (en) Cantada, que discute a relação entre música e poesia no Brasil. Serão exibidos trechos do filme. O encerramento da Balada Literária ocorre às 20h, no Centro Cultural b_arco, onde haverá show com a banda Pata de Elefante, seguido do lançamento de vários títulos, como o livro-LP Nossa senhora da pequena morte, de Clarah Averbuck, e dos livros da Edições K, de Curitiba.
Depois de tanta programação, só podia mesmo dar ressaca. E esta será curtida em grande estilo, no dia 3 de dezembro, uma quarta-feira, quando Marcelino Freire e os integrantes do curso de criação literária do Centro Cultural b_arco conversam com o escritor carioca Paulo Lins. O evento será às 19h30, noCentro Cultural b_arco.

Beatles em DVD e canção inédita


 - O lançamento do DVD All Together Now, que registra a produção de Love, projeto-espetáculo que uniu, em 2006, canções dos Beatles remixadas pelo produtor George Martin e o filho, Giles Martin, ao Cirque Du Soleil, coincide com a revelação de que uma gravação inédita do Fab Four será disponibilizada por Paul McCartney: Carnival of Light.

A música é de 1967,reflete a psicodelia da swinging London e foi cortada da seleção final de material inédito editado nos anos 90, para a série Anthology. O DVD All Together Now é fruto da amizade de George Harrison com o fundador do Cirque Du Soleil, Guy Laliberte.

Nos extras, o DVD traz um outro minidocumentário, Changing the Music, no qual Martin mostra como foi o processo de remixar gravações originais dos Beatles – ato condenado pelos fãs mais puristas. 

Os Truques do Discurso Político


Parecemos estupefactos ao ver a multidão ser conduzida por meros sons, mas devemos lembrar-nos que, se os sons operam milagres, é sempre graças à ignorância. A influência dos nomes está na proporção exacta da falta de conhecimento. De facto, até onde tenho observado, na política, mais que em qualquer outra área, quando os homens carecem de alguns princípios fundamentais e científicos aos quais recorrer, eles tornam-se aptos a ter o seu entendimento manipulado por frases hipócritas e termos desprovidos de sentido, dos quais todos os partidos em qualquer nação têm um vocabulário.

William Paley

O PAÍS DO CENTRO NO CENTRO DA CENA


por CRISTINA R. DURÁN

Nossos repórteres passaram três semanas em Pequim e arredores. Viram uma amostra das transformações no país que tem um quinto da população mundial, os cofres abarrotados, e consolida-se como locomotiva da Ásia e integradora de suas várias regiões na economia global. é a china que, dizem analistas, está com o futuro da sociedade humana nas mãos.

Parece ironia do destino, mas com quase US$ 2 trilhões em reservas de moeda estrangeira, a China é considerada por analistas internacionais como potencial salvadora do sistema bancário ocidental. O país, que completa 30 anos de reformas econômicas sob a direção do Partido Comunista, provavelmente será o único em que a crise mundial pouco afetará o povo. As autoridades pretendem manter o rumo da modernização e a confiança de 1 bilhão e 300 milhões de chineses, um quinto da humanidade.

A capital, Pequim, é exemplo das transformações galopantes deste país, como constatamos o repórter fotográfico Amancio Chiodi e eu depois de passar 20 dias nesta cidade colossal. Fomos recepcionados pelos chineses com amabilidade e simpatia. Eles se esforçam para entender os ocidentais e para se comunicar.

Caminhar por aquelas ruas, muitas vezes, faz sentir que estamos no futuro, como o idealizávamos no passado. Basta virar a esquina de uma das muitas grandes avenidas pontilhadas por gigantescos edifícios, cujas fachadas exibem imagens coloridas em incessante movimento, para entrar num dos monumentos da arquitetura imperial – iniciada no século 13 e encerrada no seculo 20; ou mergulhar numa das centenas de hutongs que perduram e mantêm a tradição comunitária da Pequim antiga. Trata se de ruelas estreitas compostas de pequenas moradias que existem desde o século 14 e apresentam vida intensa: comércio de todo tipo, brincadeiras de crianças, velhos trocando peças em jogos de tabuleiros, gente se alimentando, bicicletas passando, mulheres varrendo, lavando roupa. Pequim, capital chinesa desde 1271, surpreende da chegada à partida. Tanto o visitante ocidental quanto um vizinho asiático, ou até os próprios chineses.  o turismo interno registra mais de 1 bilhão e 300 milhões de viagens por ano. Cerca de 110 milhões de pessoas visitam Pequim anualmente.

Com mais de 12 milhões de habitantes, oferece espaço para idosos e jovens na mesma proporção. A juventude ousa na forma de se vestir e cortar o cabelo. Usam roupas das principais grifes internacionais instaladas ali, Chanel, Ermenegildo Zegna, Armani, Zara, ou compram em enormes mercados repletos de falsificações. Todos falam pelo celular ou brincam com jogos desses aparelhinhos.

A PRÓXIMA GERAÇÃO VAI NASCER SOB UM NOVO PÓLO DE INFLUÊNCIA

Além da crise, há o clima a embaraçar o planeta, pondo em causa opções energéticas e nossa capacidade de assegurar alimento para todos. Fracassaram as negociações para um comércio justo. Cabe distinguir processos de dimensão histórica e opções políticas, para vislumbrarmos saídas.

É lícito ver chegando ao fim os três séculos de dominação anglo-saxã sobre os destinos do mundo. E comprovar o fracasso estrondoso das opções político-estratégicas dos neoconservadores do governo Bush.

O professor americano Walter Russel Mead tem uma bem construída e instigante reconstituição da era anglo-saxã, God and Gold. Britain, America, and the Making of the Modern World (Deus e Dinheiro. Bretanha, América, e a Construção do Mundo Moderno).
Ele orientou sua análise tendo em vista duas linhas de observação:

a) desde a Revolução Gloriosa de 1688, que estabeleceu o parlamentarismo e o protestantismo na Inglaterra, os anglo-americanos se encontraram no lado vitorioso dos grandes conflitos internacionais, o que lhes permitiu organizar o mundo em torno do domínio, por eles conquistado, das vastidões oceânicas;

b) à medida que aumentava seu poder, os anglo-americanos vieram se mostrando, cada vez mais, incapazes de avaliar o que esse poder e os correspondentes triunfos militares representavam para o resto do mundo.

Foram os holandeses, acentua Mead, que criaram no século 17 o sistema mundial de relações comerciais, investimentos e poder militar com apoio marítimo. Mas no final do século 18 os ingleses haviam criado versão mais eficiente e, no pós-Segunda Guerra, os americanos deram-lhe a expansão e nível de poder incontrastáveis de hoje. Não poderei acompanhar essa evolução. Mas é importante descrever um estado de coisas a que ela terá levado.