domingo, 5 de julho de 2009

Minha casa......

Na TV vemos a propaganda da Vale do Rio Doce, "homenageando" os Pereiras, Oliveiras e Abacateiros, se vangloriando de ter zerado seu Pegadas, em inglês, um eufemismo para a destruição do ecossistema causada pela mineração. No caso, ela planta uma árvore pra cada uma que derruba, ou adota uma área de floresta equivalente.');" onmouseout="nd();">footprint. Vemos o presidente da república legalizando e afagando os grandes desmatadores da amazônia (pra instalar monoculturas adequadas ao biocombustível), e se vangloriando da descoberta do caríssimo petróleo do pré-Sal, enquanto a energia solar e eólica, abundantes em nosso país, são ignoradas.

Enquanto isso, qualquer bem de consumo agora quer ser "verde", porque é chique e tá na moda. Celular, roupas e até mesmo um veículo Utilitário (SUV) "ecológico" (?!!), com um motor 3.0!!

Será que temos ALGUMA educação pra entender o que estamos fazendo (nesse momento) conosco e com nosso planeta? Somos bombardeados com o hype ecológico, mas não somos EDUCADOS a adequar nossa mentalidade para um novo tempo. Somos orientados a não gastar água ou a mijar enquanto toma banho, mas não há uma cultura que nos faça reverenciar a água doce pela preciosidade que ela É. Não há uma gratidão pela oportunidade de tomar uma boa ducha (algo que a maioria da população não dispõe) e nem há uma preocupação pelo destino dessa água, o que pode ocasionar que o tal banho de ducha venha a ser um privilégio do qual não desfrutarão nossos netos, num futuro não muito distante.

Ecologia é uma forma de religiosidade. Não a adoração ritualística, mas a religião no sentido literal de religação com o Divino, representado no seu meio-ambiente. É ter a consciência de que nosso destino enquanto ser humano está intimamente ligado à forma como administramos os recursos do planeta, o que inclui animais e mesmo a convivência com outros seres humanos. Uma filosofia que nos aproxima dos "supersticiosos" e "selvagens" índios que outrora povoaram nosso continente.

É para ajudar a criar uma VERDADEIRA consciência ecológica que o documentário Home: O Mundo é a nossa casa foi produzido. Com a ajuda de belas imagens e a narração de Glenn Close, o diretor Yann Arthus-Bertrand passa a mensagem de que, se queremos sobreviver, precisaremos repensar não só o nosso papel no mundo, como também reformar toda a estrutura de nossa sociedade.

Abaixo alguns textos do filme, para reflexão:

Em menos de 40 anos, a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, foi reduzida em 20%. A floresta dá lugar a ranchos de gado ou ao cultivo de soja. 95% dessa soja é usada para alimentar o gado e aves domésticas da Europa e Ásia. E, desta forma, uma floresta é transformada em carne.

A monocultura de árvores está ganhando terreno em todo o mundo. Mas uma monocultura não é uma floresta. Por definição, existe muito pouca diversidade. Uma floresta não substitui outra floresta.

Na base dos eucaliptos não cresce nada, porque as suas folhas formam uma camada que é tóxica para a maioria das outras plantas. Crescem rapidamente, mas esgotam as reservas de água. Soja, óleo de palma, eucaliptos... O desmatamento destrói o essencial para dar lugar ao supérfluo.

Os pântanos representam 6% da superfície do planeta. Por baixo das águas tranquilas reside uma autêntica fábrica, onde plantas e microrganismos filtram pacientemente a água e digerem toda a poluição. Os charcos são ambientes indispensáveis para a regeneração e purificação da água. Os charcos são também esponjas que regulam o fluxo da água. Absorvem-na na estação das chuvas e liberam-na na estação seca. Na nossa corrida para conquistar mais terra, usamos o charco como pasto para o nosso gado, ou como terra para agricultura ou construção. No último século, metade dos pântanos existentes no mundo foram drenados. Não conhecemos nem a sua riqueza, nem o seu papel.

O motor da vida é o sistema de ligação. Tudo está ligado. Nada é auto-suficiente. Água e ar são inseparáveis, unidos na vida e para a nossa vida na Terra. Partilhar é tudo.

É preciso cem litros de água para produzir um quilo de batatas, quatro mil para cultivar um quilo de arroz, e treze mil para criar
um quilo de carne.

A Nigéria é o maior exportador de petróleo de África. Contudo, 70% da sua população vive abaixo do nível da pobreza. A riqueza está lá, mas os habitantes do país não têm acesso a ela. O mesmo acontece no resto do planeta. Metade da população pobre do mundo vive em países ricos em recursos. Só que metade da riqueza mundial está nas mãos dos 2% mais ricos da população.

Dubai tem poucos recursos naturais, mas, com o dinheiro proveniente do petróleo, pode importar milhões de toneladas de material e trabalhadores de todo o mundo.
Dubai não tem terra arável, mas pode importar comida.
Dubai não tem água, mas pode desperdiçar uma quantidade imensa de energia para dessalinizar a água salgada e construir os maiores arranha-céus do mundo.
Dubai tem quantidades intermináveis de luz solar, mas não tem painéis solares.
É a cidade dos excessos, que não pára de impressionar o mundo.
Nada parece mais distante da natureza do que Dubai, apesar de nada depender mais da natureza do que Dubai.
Dubai é a culminância do modelo ocidental.


O filme foi feito com um monte de patrocínio, com o intuito de ser exibido gratuitamente. Então, com a consciência tranquila, aqui vão os links:

Pra ver inteirinho no Youtube dublado em português de Portugal (ora pois!)
Pra ver inteirinho no Youtube em inglês com legendas em inglês

Pra baixar via torrent (com legenda) (1,4GB)
Pra baixar em 8 pedaços via Hotfile (1,4GB)

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